Dia da Internet Segura: Brasil ocupa o 12º lugar entre países com mais vazamento de dados em 2022
Especialista dá dicas de segurança para evitar prejuízos
O Dia da Internet Segura, 07 de fevereiro, também conhecido como Safer Internet Day (SID), surgiu com o objetivo de promover a utilização da internet segura por todas as pessoas. Assim, durante toda segunda semana de fevereiro são levantados debates em prol da conscientização do uso seguro da rede.
Este ano, em sua 20ª edição global e a 15ª realizada no Brasil, a data contará com diversas iniciativas em território nacional como, por exemplo, o evento, organizado pela Safernet Brasil e pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), em São Paulo, cujo tema é: “Unidos para uma Internet Mais Positiva”, onde especialistas nacionais e estrangeiros irão debater sobre: segurança online, novas tecnologias, cidadania e bem-estar digital na educação, novos desafios para a segurança digital, entre outros assuntos.
Segurança de dados é um assunto que tem sido cada vez mais discutido, isso porque tem se intensificado, no Brasil e no Mundo, o número de dados vazados e golpes visando o roubo de informações, além de perfis falsos, phishing entre outras fraudes virtuais.
De acordo com o levantamento feito pela SurfShark, empresa especializada em privacidade, o Brasil ocupou o 12º lugar entre os países que mais contabilizaram episódios de vazamento de dados no primeiro trimestre de 2022. A pesquisa também revelou que 286 mil brasileiros tiveram seus dados expostos através de informações na internet. Entre os vazamentos estão: email, senhas, números de telefones, documentos pessoais (CPF, RG etc.) e outras informações sensíveis.
As tentativas de golpes surgem de diferentes formas como, por exemplo, através de um “simples” email com ofertas tentadoras, que ao abrir o usuário tem os dados roubados, o chamado phishing.
Segundo último levantamento feito pela Kaspersky, empresa russa de segurança da informação, sobre práticas de phishing e spam no mundo, em 2020, foi identificado que cerca de 20% dos brasileiros tentaram abrir, pelo menos uma vez, links enviados para roubar dados. “Infelizmente, a tentativa de phishing, tornou-se um golpe já conhecido no país. Essa tentativa de roubar os dados pode ocorrer por e-mail, por mensagens de WhatsApp, por SMS e até por sites falsos, que são similares aos sites oficiais”, explica o especialista em negócios digitais, Fellipe Guimarães, da Keyrus, consultoria internacional especialista em Inteligência de Dados e Transformação Digital.
E-mails com promessas de promoções irresistíveis, convite para resgatar um vale compra de uma marca ou empresa famosa ou até mesmo mensagens do banco pedindo atualização de dados, todas pedindo para clicar no link, são apenas algumas das milhares de versões dos golpes de phishing, que causam prejuízos financeiros a quem é vítima.
De acordo com Guimarães, alguns cuidados básicos e simples podem ser cruciais para evitar dor de cabeça e prejuízos:
- Utilizar somente o cartão virtual – que expira após um determinado período – nas compras online;
- Verificar a reputação da loja em sites como o Reclame Aqui;
- Não clicar em links suspeitos ou desconhecidos;
- Verificar a URL do site;
- Checar os comentários nas redes sociais da marca ou empresa
Com pequenos cuidados como os mencionados acima, é possível evitar problemas e sérios transtornos.
O que fazer caso os dados vazem?
Após o vazamento, infelizmente, há pouco a ser feito, conduto, a principal recomendação, segundo Fellipe é trocar as senhas.
A alternativa mais viável é alterar todas as senhas cadastradas em sites, evitando que ainda mais dados sejam vazados. Além disso, fique atento a fontes, desconfie de empresas não confiáveis que dizem ter como consultar se o seu dado foi vazado, pois muitas vezes essa é só mais uma forma de coletar seus dados para praticar golpes.
Fellipe Guimarães
O melhor remédio nesses casos realmente é a prevenção. Caso haja danos concretos e prejuízos reais (como dívidas em nome da vítima que teve dados expostos, por exemplo), é possível entrar na justiça com um pedido de indenização por danos morais.
Com o aumento de vazamento de dados pelo mundo, muitas empresas estão investindo em tecnologias mais seguras, na LGPD e na contratação de hackers, intitulados “do bem”, com salários que podem atingir até R$ 50 mil. A contratação desse profissional busca evitar ou amenizar os crimes virtuais, vazamento, roubo e sequestro de dados.