Transtornos de Ansiedade e o medo excessivo do futuro

Por Carolina de Almeida

Colaboradora de conteúdo

De acordo com dados da Organização Mundial da saúde (OMS), cerca de 322 milhões de pessoas no mundo sofrem de algum transtorno de ansiedade. Ainda segundo a organização o Brasil é um dos países que lideram o ranking com um grande número de pessoas que sofrem com a enfermidade. 

Muitos são os fatores que contribuem para esse mal, que para muitos especialistas é considero como o Mal do Século, dentre eles estão o desemprego, a pobreza, fatores ambientais, genéticos e também o estilo de vida pouco saudável de boa parte da população.  

Diante do atual cenário que o planeta vive, a pandemia global do Coronavírus, precisamos estar atentos para identificar possíveis crises de ansiedade e buscar alternativas para minimizar os efeitos do medo generalizado causado pelo pânico social que se instalou no mundo.  

Nesse artigo você verá que ansiedade não é “frescura” como muita gente pensa, além disso irá conhecer quais os diferentes tipos de ansiedade. 

Boa leitura! 

O que é ansiedade? 

A ansiedade por diversas vezes foi tratada como “frescura”, quando na verdade ela é um sentimento de inquietação e preocupação, geralmente generalizada e sem foco, medo, angustia, desânimo, ou seja, é uma emoção caracterizada por um estado desagradável de agitação interior. Segundo a OMS, o Brasil é o país que tem a maior taxa de ansiedade e vive atualmente uma epidemia do transtorno. 

Todos nós temos um índice de ansiedade natural, o problema ocorre quando esses índices começam a aumentar e se tornam um transtorno, por isso, precisamos ter consciência de que Ansiedade é um distúrbio de saúde mental e se apresenta de diferentes formas. Vejamos.

Tipos de ansiedade 

Transtorno de ansiedade generalizada (TAG): o principal sintoma do quadro é a preocupação excessiva ou expectativa apreensiva.

Síndrome do pânico:é um tipo de transtorno de ansiedade no qual ocorrem crises inesperadas de desespero e medo intenso de que algo ruim aconteça, mesmo que não haja motivo algum para isso ou sinais de perigo iminente.

Fobia social: esse distúrbio é caracterizado pelo extremo desconforto e pavor com situações sociais como ambientes novos, desconhecidos e cheios de pessoas estranhas; encontros sociais; falar em público; e outras situações do tipo.

Fobia especifica: são transtornos de ansiedade causados em situações pontuais como Claustrofobia (medo de lugares fechados); Aracnofobia (medo de aranhas); Agorafobia (medo de ficar sozinho em lugares amplos ou públicos); Acrofobia (medo de altura); Aicmofobia (medo de agulhas); entre outras. 

Transtorno obsessivo compulsivo (TOC): é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade. Sua principal característica é a presença de crises recorrentes de pensamentos obsessivos, intrusivos – pensamentos indesejáveis, involuntários, imagens ou ideias desagradáveis que podem se tornar obsessões – e, em alguns casos, comportamentos compulsivos e repetitivos.

Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT): pode ser definido como um distúrbio de ansiedade caracterizado por um conjunto de sintomas físicos, psíquicos e emocionais. Esse quadro ocorre devido à pessoa ter sido vítima ou testemunha de atos violentos ou de situações traumáticas que representaram ameaça à sua vida ou à vida de terceiros.

Ansiedade Noturna: está relacionada à privação de sono, reduzindo a qualidade de vida de quem sofre com o problema. De acordo com informações da Associação de Ansiedade e Depressão da América (AADA), 50% dos adultos afirmam experienciar maiores níveis do distúrbio emocional durante a noite.

Causas 

Há muitos fatores que podem estar envolvidos nas causas de crises de ansiedade, dentre eles: 

Fatores Genéticos: histórico familiar de transtorno de ansiedade). 

Evento traumático: passar por algum evento traumático ou estressante. 

Situação estressante gerada por expectativa: forma como a pessoa estrutura seus pensamentos ou linhas de raciocínio.  

Doenças físicas: algumas doenças que atingem o nosso corpo podem interferir nos nossos pensamentos, por exemplo,  doenças cardiovasculares (arritmias cardíacas) e doenças hormonais (hipertireoidismo ou hiperadrenocorticismo). 

Distúrbios hormonais: neste caso as mulheres são as mais propensas às crises, pois estão mais sujeitas a oscilações hormonais. 

Abuso de substâncias: uso constante de alcoólicas, tabagismo, medicamentos e, principalmente, drogas ilícitas. 

Atenção! 

Ao identificar alguns desses sintomas é de extrema importância consultar um especialista seja um clínico geral, psicólogo ou psiquiatra para evitar futuras complicações como: dificuldade de memória, hipertensão, diabetes, gastrite nervosa, dores no corpo, etc.  

Vale lembrar que a ansiedade excessiva quando não tratada pode levar a outros problemas de saúde como: a depressão, o abuso de substâncias, insônia e outros distúrbios do sono, problemas digestivos, isolamento social, problemas nos estudos, trabalho e vida pessoal e, até mesmo, ao suicídio. 

Ansiedade tem cura? 

De acordo com profissionais da área, falar de cura para uma enfermidade que afeta o psicológico é um tanto quanto incerto. Contudo, a ansiedade tem tratamento. Assim, quanto mais rápido for o diagnóstico melhor será o resultado e menor será o prejuízo ao paciente. 

É comum as pessoas se submeterem ao tratamento e, ao perceber uma melhora, abandonar, porém, os médicos alertam que a pessoa que sofre de Ansiedade precisa estar em constante acompanhamento e somente um profissional especializado saberá o momento certo da alta médica. 

Vivemos em uma cultura onde quem precisa de psicólogo são pessoas ”loucas”, com algum tipo de distúrbio, quando na verdade seria essencial que todos – sem exceção – consultasse este profissional. Por conta deste preconceito ainda existem pessoas, que mesmo “sabendo” o que é depressão, crises de ansiedade, que precisa de ajuda, têm receio de admitir isso.  

Por tanto, fique atento! Ansiedade não é brincadeira. Ansiedade não é frescura.  

Cuide-se, Ame-se. Não deixe que o pensamento de “ideologias” te leve para o pior. Use as possibilidades de acesso existentes para se ajudar, para ajudar outras pessoas.